Segundo ENV reúne voluntários/as de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro e Paraná

No último mês, São Paulo recebeu voluntários/as das outras sedes (Rio de Janeiro, Bahia e Paraná) para o 2º Encontro Nacional de Voluntários/as, o ENV.

Uma ótima oportunidade de troca de experiências e alinhamento de objetivos, o evento promoveu o debate sobre o direito à cidade, permitiu que voluntários/as de outras sedes conhecessem a realidade de uma favela paulista através de um ECO e ainda divulgou os dados do TETO em 2016 e os planos para 2017.

No primeiro dia, um tour pelos stands das sedes permitiu que todos os presentes conhecessem um pouco mais da história e singularidade de cada local. Já nessa atividade, tivemos apresentações separadas sobre a história do escritório nacional e o de São Paulo, enfatizando o processo de nacionalização da organização.

O segundo dia foi reservado para a ida de todos à comunidade Spama, onde uma ECO foi aplicada. A atividade marcou não só a visita de voluntários/as de outras sedes à uma favela paulistana, como também o primeiro uso de uma ferramenta facilitadora do trabalho de Diagnóstico: um aplicativo para aplicação de enquetes.

Outro momento importante aconteceu no terceiro e penúltimo dia, quando a agenda permitiu um dia inteiro de alinhamento das áreas. Neste espaço, as sedes, alinhadas com a direção nacional, puderam trocar experiências e planejar melhorias em suas áreas.

Além do planejamento, durante todo evento se discutiram temas gerais como: participação dos moradores/as, lideranças comunitárias, voluntários/as não moradores/as e moradores/as, uso de imagem e muito mais. Esses temas são de grande importância para consolidação do trabalho e para que as sedes tenham um claro entendimento de como atuar. Nesse sentido, a participação da Ilma e da Fabbi, da comunidade Parque das Missões/RJ, da Aline, da comunidade Vila Beira Mar/RJ, e da Lane, da comunidade Souza Ramos/SP, foi muito valiosa.

No último dia foi priorizada a prestação de contas sobre os acontecimentos da organização em 2016, além da apresentação da campanha de 10 anos do TETO, tema que será trabalhado em 2017. Vimos também as principais diretrizes para o próximo ano e objetivos à longo prazo.

Direito à Cidade

Durante o ENV, aconteceu também um debate em que foram convidadas a moradora e voluntária Lane Menezes, da comunidade Souza Ramos/SP, e Fernanda Lima, representante da ONG Rede Interação.

Os voluntários Bruno Albuquerque e Renata Mendes também subiram ao palco para contar suas experiências na Conferência mundial Habitat III, que aconteceu em Quito no mês passado.

Diversidade

No espaço ‘Diversidade’, incluso nos três primeiros dias da agenda, os coletivos Enegrecer, Maria de Lourdes e LGBT criam espaços formativos e de debate sobre representatividade dentro do TETO.

No primeiro dia, sábado, o coletivo Enegrecer abriu os trabalhos sobre diversidade com a incrível e catártica dinâmica do aquário. Do lado de dentro, haviam quatro cadeiras para que aqueles que se identificam como negros e negras pudessem falar sobre suas vivências e reivindicações. Do lado de fora, estavam todos os presentes que exercitavam o seu escutar e refletiam sobre seus privilégios e como o racismo atua dentro e fora de nossa instituição.

No domingo, o coletivo Maria de Lourdes, sobre igualdade de gênero,  foi o protagonista. As “minas” prepararam a dinâmica do privilégio, na qual todos/as de olhos fechados seguiam instruções como “”Quem nunca se preocupou com o tamanho do short ao sair de casa, dê um passo a frente””. No final, os rapazes se viam no meio da roda, explicitando o privilégio de ser homem em nossa sociedade.

Ficou com o coletivo LGBT a responsabilidade de fechar o ciclo de dinâmicas sobre a diversidade. Segunda-feira, o coletivo preparou uma roda de acolhimento! No início, algumas pessoas LGBTs se manifestaram, além de deixar cadeiras vazias que deveriam ser preenchidas por quem dos/as presentes se identificasse com o grupo que se encontrava do lado de dentro. Ao final de cada relato, a roda, com cada vez mais gente,  repetia o coro “”continuamos aqui””, para mostrar que mesmo com toda a dificuldade na vida, continuamos resistindo!

Todos os coletivos trouxeram reflexões sobre racismos, homofobias e machismos e como essas questões são estruturais em nossa sociedade.

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